Toxoplasmose felina
Atualmente, sabe-se que a toxoplasmose tem distribuição mundial e, embora o gato seja o único hospedeiro definitivo, o parasita pode ter implicações significativas tanto para a saúde humana como animal.
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Pontos-chave
Embora a infeco felina por Toxoplasma gondii seja comum em todo o mundo, a maioria dos gatos permanece assintomtica.
A infeco por T. gondii em seres humanos pode ocorrer atravs da ingesto de oocistos (p. ex., alimentos, solo e gua contaminada) ou cistos teciduais (carne malcozida).
No recomendada a deteco de oocistos de T. gondii nas fezes de gatos como teste diagnstico isolado em virtude do curto perodo de eliminao e de sua semelhana com outros parasitas.
Os oocistos necessitam de, no mnimo, 24 horas aps a eliminao para se tornarem infectantes; portanto, a limpeza diria da bandeja sanitria uma estratgia eficaz para prevenir a transmisso no ambiente domstico.
Introdução
O parasita protozoário intracelular Toxoplasma gondii pode infectar a maioria das espécies de animais vertebrados e, embora os felídeos sirvam como seu único hospedeiro definitivo, ele está sendo cada vez mais reconhecido como uma grande ameaça em muitos ecossistemas. A ingestão do parasita pelo hospedeiro definitivo ou intermediário tipicamente culmina em uma infecção crônica subclínica ou assintomática; em indivíduos suscetíveis ou não imunocompetentes, entretanto, a toxoplasmose pode levar ao abortamento e à falência reprodutiva, ou até mesmo à falência de órgãos e ao óbito [1]. Hoje em dia, a toxoplasmose é encontrada em todo o mundo; a prevalência da eliminação (i. e., liberação para o ambiente) de oocistos varia de 0,7 a 41% dos gatos em qualquer dado momento, dependendo do país em questão. Nos EUA, a prevalência de títulos positivos de anticorpos contra T. gondii em gatos varia de 14 a 100% [2]. Embora muitos seres humanos também estejam infectados (p. ex., aproximadamente 40 milhões nos EUA), a maioria deles é assintomática, mas alguns, sobretudo aqueles que se encontram imunocomprometidos, podem sofrer de problemas oculares ou neurológicos associados [3].
Ciclo de vida do Toxoplasma gondii
O Toxoplasma gondii possui um ciclo de vida complexo que requer um hospedeiro definitivo e um hospedeiro intermediário para completar os ciclos sexuado e assexuado, respectivamente (Figura 1). O parasita existe em 3 estados distintos – taquizoíto, bradizoíto, e esporozoíto (em oocisto), dos quais todos podem ser infecciosos para os seres humanos. Os taquizoítos constituem o estágio assexuado do parasita que se divide rapidamente e podem ser encontrados nos tecidos de qualquer hospedeiro vertebrado. Os bradizoítos são igualmente ubíquos e também serão encontrados nos tecidos do hospedeiro; no entanto, esse estágio de vida se divide lentamente e se encista.
Dr. Aida Minguez-Menendez (UdeM)/Redrawn by Sandrine Fontgne
Os gatos, hospedeiro definitivo do T. gondii, são infectados através da ingestão de cistos teciduais, por exemplo, quando caçam presas e se alimentam delas (Figura 2), ou de oocistos esporulados ou infectantes (presentes no solo, na água ou em plantas contaminados com fezes felinas). O parasita pode se reproduzir sexualmente nesta espécie, e os gatos infectados por bradizoítos ou oocistos começarão a liberar oocistos em suas próprias fezes entre 3 e 10 ou entre 19 e 48 dias após a ingestão, respectivamente, e podem continuar a eliminar oocistos por até 2 semanas (Figura 3) [2],[4]. Os oocistos esporulam e se tornam infecciosos entre 1 e 5 dias após a excreção e são extremamente resistentes no ambiente.
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Os principais meios pelos quais os seres humanos são infectados pelo T. gondii incluem a ingestão de carne malcozida contendo cistos parasitários, ou a ingestão de oocistos através da contaminação fecal de alimentos, mãos, etc. [4],[5].
Prof. Christopher Fernandez-Prada (UdeM)
Sinais clínicos de toxoplasmose felina
Pode ser difícil identificar a toxoplasmose em gatos, já que a maioria das infecções é assintomática; na presença de sinais clínicos, os mais frequentes são febre, anorexia e letargia. O crescimento intracelular do microrganismo resulta em efeitos citopáticos diretos, com inflamação e necrose celular, de tal modo que outros sinais mais específicos dependem da localização dos taquizoítos no corpo (Figuras 4-6); esses sinais podem incluir alterações oculares, sinais neurológicos, pneumonia, e icterícia [4]. Vírus da leucemia felina, vírus da imunodeficiência felina, neoplasia, e administração de medicamentos imunossupressores (especialmente a ciclosporina) são, sem exceção, fatores de risco para o desenvolvimento de doenças clínicas. As infecções agudas, sobretudo em filhotes de gatos, costumam ser fatais [6].
Prof. Guillaume St-Jean (UdeM)
Prof. Guillaume St-Jean (UdeM)
Prof. Guillaume St-Jean (UdeM)
Diagnóstico
O diagnóstico confiável da toxoplasmose pode não ser uma tarefa fácil. As anormalidades hematológicas observadas em gatos acometidos podem incluir anemia arregenerativa, leucocitose, linfocitose, monocitose, e eosinofilia. Infecções graves também podem causar leucopenia; em particular, neutropenia com desvio degenerativo à esquerda. As alterações na bioquímica sérica e nos valores urinários dependerão dos órgãos envolvidos [6].
Como ferramenta de diagnóstico, não é recomendada a detecção de oocistos de T. gondii nas fezes como um teste isolado devido ao curto período de eliminação dos hospedeiros felinos e à semelhança microscópica desses oocistos com outros parasitas [4],[7]. Além disso, a identificação de oocistos nas fezes não se correlaciona com o desenvolvimento de doença clínica em gatos [2]. Em vez disso, é recomendável a realização de teste sorológico para o diagnóstico definitivo antemortem, e títulos elevados de IgM (> 1:256) são geralmente compatíveis com infecção recente por T. gondii. Alternativamente, é possível utilizar títulos de IgG pareados (medidos com intervalo de 2 a 4 semanas), embora a interpretação dos resultados possa ser complexa (Tabela 1) [1],[2]. Alguns gatos também podem sofrer de infecção crônica por T. gondii, em que os cistos teciduais se rompem e liberam bradizoítos novamente na circulação; tais episódios podem ou não estar associados à excreção de oocistos, dependendo do estado imunológico do animal em questão [8].
Não é recomendado testar gatos saudáveis quanto à presença de anticorpos contra T. gondii [6], pois o teste sorológico não é um indicador preciso (exato) da liberação de oocistos em gatos e, a maioria dos gatos, quando eliminam oocistos ativamente, são, na verdade, soronegativos nesse momento [2].
Tabela 1. Interpretação de resultados sorológicos de IgG contra T. gondii [6].
| Resultado da sorologia | Interpretação/análise |
|---|---|
| Aumento de ≥ 4 vezes no título em amostras séricas pareadas | Verdadeiro-positivo (infecção recente/ativa) |
| Aumento de < 4 vezes no título em amostras séricas pareadas | Verdadeiro-negativo (sem infecção recente/ativa) OU falso-negativo (infecção recrudescente) |
| Único resultado positivo elevado (p. ex., 1:1000) | Presença de cistos teciduais de bradizoítos |
Pode ser difícil identificar a toxoplasmose em gatos, já que a maioria das infecções é assintomática; na presença de sinais clínicos, os mais frequentes são febre, anorexia e letargia.
Tratamento e prognóstico
Embora não exista tratamento aprovado para toxoplasmose felina, a clindamicina é o medicamento de escolha (10-12,5 mg/kg VO a cada 12 horas por até 4 semanas) para casos agudos ou disseminados, acompanhada de cuidados de suporte apropriados [6]. Para reduzir a liberação de oocistos, pode-se lançar mão da pirimetamina (0,25-0,5 mg/kg VO a cada 12 horas por até 4 semanas) ou de sulfonamidas (15-30 mg/kg VO a cada 12 horas por até 4 semanas); de modo geral, ambas as opções serão benéficas durante a fase aguda da infecção, mas raramente são eficazes para eliminar a infecção. Os tratamentos combinados de trimetoprima-sulfonamida são uma opção alternativa (15 mg/kg VO a cada 12 horas durante 4 semanas) [2], e também se podem considerar medicamentos anticoccidianos (p. ex., toltrazurila, ponazurila). Vale destacar que nenhum tratamento se mostrou significativamente eficaz durante o estágio de bradizoíto da infecção [1].
Vários fatores afetam o prognóstico de gatos que apresentam sinais clínicos de toxoplasmose; estes incluem os sistemas/órgãos afetados (Figuras 7 e 8) e o tempo entre a infecção e o início do tratamento. Geralmente, se os sinais clínicos melhorarem dentro de 2-3 dias após o início da terapia, o prognóstico é mais favorável; no entanto, a infecção por toxoplasmose que afeta os pulmões ou o fígado acarreta um prognóstico ruim [4].
Prof. Christian Bdard (UdeM)
Prof. Christian Bdard (UdeM)
Implicações zoonóticas
Os seres humanos correm risco de adquirir infecção por T. gondii através da ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos, cistos teciduais em carne malcozida contaminada, ou por transfusões de sangue, transplantes de órgãos, ou infecções congênitas. A maioria das infecções é assintomática, embora haja relatos de casos ocasionais de febre, linfadenopatia e mal-estar. Contudo, o T. gondii representa um sério risco para o feto durante a gravidez humana; a toxoplasmose congênita pode causar danos oculares e/ou neurológicos graves quando os taquizoítos migram por via transplacentária até alcançar o feto [1]. Embora geralmente nasçam sem sintomas, esses indivíduos podem sofrer graves déficits visuais, crises convulsivas, ou outros problemas neurológicos no futuro [9]. Além disso, indivíduos imunocomprometidos de qualquer idade correm o risco de desenvolver toxoplasmose sintomática – que, muitas vezes, envolve o cérebro, os pulmões e/ou outros órgãos vitais [5].
Não é recomendado testar gatos saudáveis quanto à presença de anticorpos contra <i>T. gondii</i>, pois o teste sorológico não é um indicador preciso (exato) da excreção de oocistos, e a maioria dos gatos, quando eliminam oocistos ativamente, são, na verdade, soronegativos nesse momento.
É cada vez mais frequente o relato de contaminação do solo e de águas subterrâneas (lençóis freáticos) por oocistos de Toxoplasma em todo o mundo. Em uma revisão de 22 estudos, concluiu-se que isso é um motivo de grande preocupação, uma vez que o escoamento de fezes de gatos infectados contamina consideravelmente os lençóis de água [3]. A contaminação do oceano leva à infecção e morte de inúmeros mamíferos marinhos, incluindo focas, baleias, golfinhos, e lontras marinhas [10],[11]. A água potável também está em risco; o ato de jogar o conteúdo da bandeja sanitária do gato em vasos sanitários tem contribuído para vários surtos de toxoplasmose humana em diversos países [12],[13].
Os oocistos são notavelmente resistentes, sendo capazes de sobreviver e permanecer infecciosos durante anos, mesmo em condições abaixo do ideal [14]. Além disso, é provável que sejam necessários pouquíssimos oocistos para infectar um ser humano com sucesso; estudos em suínos demonstraram que um único oocisto era suficiente para induzir infecção [15]. Como tal, é crucial tomar medidas para eliminar as fezes dos gatos de forma responsável.
Ao contrário da crença popular, foi determinado que o contato direto com gatos não é um fator de risco significativo para a infecção humana por Toxoplasma gondii [16]. Todavia, a limpeza diária da bandeja sanitária por si só é uma estratégia simples e fácil para prevenir a infecção (Figura 9) – os oocistos necessitam de, pelo menos, 24 horas para se tornarem infectantes [4], e (sempre que possível) manter os gatos em ambientes fechados (indoor) também ajuda. Os médicos-veterinários devem desempenhar um papel fundamental na orientação dos clientes sobre as medidas a serem tomadas para mitigar os riscos relacionados com a infecção por T. gondii, tanto em gatos como na população geral (Tabela 2).
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Tabela 2. Estratégias para mitigar o risco zoonótico de infecção por T. gondii [1],[2],[3],[4].
| Estratégias gerais | Estratégias específicas para os gatos |
|---|---|
| Lavar bem as mãos após manusear carne crua, jardins, ou outras atividades de risco (p. ex., esvaziar/limpar uma bandeja sanitária) | Manter os gatos domésticos em ambientes internos (indoor) |
| Lavar bem as facas de cozinha e as tábuas de corte após o preparo de carne crua, frutas, ou legumes | Alimentar os gatos apenas com dietas secas ou enlatadas (úmidas) industrializadas disponíveis no mercado ou alimentos cozidos |
| Cozinhar bem a carne antes do consumo | Limpar a bandeja sanitária diariamente e descartar o conteúdo da bandeja de maneira responsável (p. ex., em sacos de lixo lacrados) |
| Lavar ou descascar frutas e legumes antes do consumo | Evitar que grávidas ou pessoas imunocomprometidas limpem a bandeja sanitária |
| Usar luvas durante a jardinagem | Cobrir cercados de areia e terra solta em áreas de lazer ao ar livre para evitar que gatos defequem |
Considerações finais
O Toxoplasma gondii é uma infecção parasitária comum em gatos e geralmente apresenta um curso assintomático, embora infecções agudas ou disseminadas possam afetar os olhos, o cérebro ou outros sistemas. A clindamicina é o tratamento de escolha. O diagnóstico conclusivo requer sorologia com títulos de IgG pareado ou IgM. Como uma doença zoonótica, a toxoplasmose é especialmente perigosa para mulheres grávidas ou indivíduos imunocomprometidos, mas a posse de um gato não representa um risco significativo de infecção humana; em vez disso, a ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos ou de cistos teciduais em carne malcozida são uma ameaça muito mais real. A contaminação fecal do solo e da água também apresenta um sério risco à saúde. Estratégias simples de higiene podem prevenir a transmissão do T. gondii e, para os tutores de gatos, a manutenção de seus pets em ambientes fechados (se possível) e a limpeza diária da bandeja sanitária atenuam consideravelmente o risco zoonótico.
Christopher Fernandez-Prada
DMV, MSc, PhD, Department of Pathology and Microbiology, Université de Montréal, Canadá
Canada
O Dr. Fernandez-Prada é médico-veterinário e pesquisador de parasitologia molecular, dedicado ao combate a parasitas zoonóticos. Ele ocupa o cargo de Professor Associado na Faculdade de Medicina Veterinária da Université de Montréal (Universidade de Montreal, UdeM) e é Diretor do Animal Parasitology Diagnostic Lab (Laboratório de Diagnóstico de Parasitologia Animal) da universidade, além de atuar como professor adjunto na Faculdade de Medicina da McGill University (Universidade McGill). Sua pesquisa está focada na descoberta de mecanismos de resistência a medicamentos e no desenvolvimento de novos testes diagnósticos e vacinas contra parasitas protozoários.
Victoria Wagner
DMV, MSc, PhD, Department of Pathology and Microbiology, Université de Montréal, Canadá
Canada
A Dra. Wagner se formou na Faculdade de Medicina Veterinária da UdeM em 2020, depois do qual concluiu mestrado em Parasitologia Veterinária na mesma instituição em colaboração com o McGill University Health Centre (Centro de Saúde da Universidade McGill), com foco na leishmaniose canina. Atualmente, a Dra. Wagner trabalha em uma clínica geral de pequenos animais e medicina de animais de laboratório, além de ter um interesse específico em pesquisa e educação relacionadas a parasitas zoonóticos.
Referências
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- Torrey E. Sentinel seals, safe cats, and better treatments. In: Parasites, Pussycats and Psychosis. Springer, Cham. 2022;121-133.
- Cornell Feline Health Center. Toxoplasmosis in Cats. 2018 https://www.vet.cornell.edu/departments-centers-and-institutes/cornell-feline-health-center/health-information/feline-health-topics/toxoplasmosis-cats Accessed 17th January 2023
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- Barrs V. Feline Toxoplasmosis. In; Proceedings, WSAVA Congress 2013. Sydney, Australia.
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- Castillo-Morales VJ, Acosta Viana KY, Guzmn-Marn EDS, et al. Prevalence and risk factors of Toxoplasma gondii infection in domestic cats from the Tropics of Mexico using serological and molecular tests. Interdiscip. Perspect. Infect. Dis. 2012;2012:529108.
- Center for Disease Control. Toxoplasmosis: An Important Message for Cat Owners. https://www.cdc.gov/parasites/toxoplasmosis/resources/printresources/catowners_2017.pdfaccessed 17th January 2023
- Iqbal A, Measures L, Lair S, et al. Toxoplasma gondii infection in stranded St. Lawrence Estuary beluga Delphinapterus leucas in Quebec, Canada. Dis. Aquat. Organ 2018;130(3):165-175.
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